quarta-feira, 11 de novembro de 2009

COP 15 - Conferência de Copenhague

COP 15 - Conferência de Copenhangue - 7 a 18 de dezembro de 2009
  • 191 países - Membros da Convenção da ONU sobre mudança do clima.
  • Objetivo principal: Adotar um novo tratado, válido a partir de 2012 para enfrentar o aquecimento global
  • Impasse: Relutância de todos os países em assumir compormissos mais ambiciosos no corte dos gases causadores do efeito estufa, do que aqueles assumidos no fracassado Protocolo de Kyoto (1997)
  • O desmatamento é responsável por mais da metade das emissões brasileiras. O Brasil já tem o compromisso de reduzir 80% até 2020.
  • A redução do desmate garante a redução de 20% de todo o carbono que o país emitiria na próxima década, considerando a trajetória atual da economia.
  • Depois do desmatamento a agropecuária é a segunda maior fonte de emissões.

Medidadas para redução das emissões
  • Incentivar, com financiamento e assistência técnica, processos de modernização já em curso.
  • Recuperação de pastagens degradadas e integração entre lavoura e pecuária, são algumas das boas práticas agronômicas que, além de rentáveis, ainda colaboram para mitigar o efeito estufa.
  • Investir em eficiência energética.
  • Investir em fontes alternativas de geração de eletricidade e biocombustíveis.
Brasil
Nesta conferência  o Brasil tem a chance ínica de mostrar à altura do prestígio conferido pela boa performance econômica, e fazer o que é certo pelo planeta, a maior economia de base natural do mundo, continuará na vanguarda do cobiçado desenvolvimento limpo.

Fonte: Editorial da Folha de São paulo - 8 de novembro de 2009 ( Além de Copenhague )

domingo, 20 de setembro de 2009

A festa dos Quarks

Murray Gell-Mann
Neste mês, o legendário físico teórico americano Murray Gell-Mann completa 80 anos.

Prótons e Nêutrons, indivisíveis ?
Em 1963, Gell-Mann propôs que, ao contrário do que se pensava na época, os prótons e nêutrons, as partículas que compõem o núcleo de todos os átomos, não eram indivisíveis, e sim formadas por partículas ainda menores.

Os quarks
Para batizar essa partícula ainda menor ainda menor, Gell-Mann usou uma palavra de um texto do esritor irlandês james Joice, denominou essas partículas de “quarks”. Um nome fictício bem apropriado, pois nem mesmo Gell-mann poderia ter imaginado o quão estranhos são os quarks.

400 a.C.
Já na Grécia antiga, os filósofos Leucipo e Demócrito haviam sugerido que tudo que existeno universo é composto de partículas minúsculas e indivisíveis, que chamaram de átomo (em grego – o que não pode ser cortado).

2.400 anos
Durante 2.400 anos, filósofos e mais recentemente físicos vêm procurando pelos tijolos fundamentais da matéria. Uma missão dos adeptos do reducionismo.

Missão reducionista
Tentar dividir entidades complexas em entidades simples e irredutíveis.

Indivisibilidades dos átomos
Até o final do século 19, achava-se que os átomos dos elementos químicos eram indivisíveis.

O Elétron e o Próton
Essa crença foi derrubada em 1897 quando o inglês J.J. Thomson mostrou que todos os átomos continham uma partícula ainda menor, o elétron. Alguns anos depois, Erneste Rutherford mostrou que a maior parte da massa de um átomo esta concentrada num volume mínimo no seu centro, o núcleo atômico. O integrante do núcleo, com carga elétrica positiva, para se contrapor a carga negativa do elétron, ficou conhecido como próton.

Em 1932 – Nêutron
James Chadwick, em 1932, mostrou que uma outra partícula integrava o núcleo, e de carga elétrica nula: o nêutron.

Elétron, Próton e Nêutron
Esse foi o trio de partículas que durante anos explicou a composição de todos os átomos da Tabela Periódica e bastaria para explicar a estrutura da matéria.

Avalanche de Partículas
Durante os anos 1940 e 1950, uma multidão de partículas foi encontrada, todas aparentemente elementares, isto é, indivisíveis. Isso gerou uma qyestão. Será que a Teoria anterior ( atomismo ) estava errada ?

Novas Partículas – Novos Comportamentos
Só que essas partículas (quarks) eram muito diferentes: tinham carga elétrica fracionária e não igual a do elétron e, para piorar, não podiam aparecer por si só. Viviam trancados ou confinados, dentro dos prótons, nêutrons e suas centenas de primos.

Quarks, “up e down”
Gell-Mann sugeriu que novas partículas existiriam, formadas de dois tipos de quarks, o “up e o “down”.

Prótons, Nêutrons e Quarks
Prótons e Nêutrons têm três quarks cada. Desde então, foram encontrados seis tipos de quarks.

É o fim do reducionismo ?

Os quarks são feitos de partículas menores ?

Teremos que aguardar as respostas, acompanhando a coluna escrita pelo professor Marcelo Gleiser – Professor de Física Teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do lvro “ A Harmonia do Mundo”

Texto original publicado no jornal Folha de São Paulo – 20 de setembro de 2009 – Mais – Ciência

domingo, 13 de setembro de 2009

Cerrado - Desmatamento supera o da amazônia

Texto original publicado no Jornal Folha de São Paulo de 11 de setembro de 2009 pág. A9

  1. - Cerrado: Estudo do Ministério do Meio Ambiente mostra que o bioma já perdeu 48,2% de sua vegetação.
  2. - A velocidade do desmatamento é maior que a da amzônia.
  3. - A diferença é registrada pelos satélites entre 2002 e 2008, e mostra que o desmatamento é proporcional a 12 vezes a cidade de São Paulo.
  4. - O Cerrado perdeu em média por ano 21.260 quilômetros quadrados de vegetação original, abrindo espaço para a plantação de grãos ou servindo à produção de carvão.
  5. - Medido em emissões de gás carbônico - um dos gases causadores do aquecimento global - , o impacto do desmatamento do Cerrado é equivalente ao da devastação da amazônia e supera as emissões da indústria brasileira e de todo o setor de transportes juntos: são 350 milhões de toneladas de carbono, por ano.
  6. - O Cerrado abriga metade do potencial hidrelétrico do país.
  7. - O cerrado tem cerca da metade da extensão do bioma amzônico.
  8. - O Cerrado já perdeu quase a metade (48,2%) de sua vegetação original. A maior parte da devastação ocorreu entre as décadas de 70 e 90, quando o bioma era visto como principal fronteira agrícola do país, sua ocupação foi estimulada pelo governo.
  9. - Em apenas 6 anos, o bioma perdeu o equivalente a metade do Estado de São Paulo de sua vegetação nativa.
  10. - Líder: O maranhão liderou o ranking dos Estados que mais desmataram entre 2002 e 2008, seguido por Mato Grosso, Minas gerais, Goiás e Bahia.
  11. - Legislação: só exige dos proprietários de terras no bioma a preservação de 20% da vegetação nativa. Na área do cerrado esse percentual sobe para 35%.
  12. - Solução: proposta pelo Ministério do Meio Ambiente é aumentar as áreas de proteção integral ou de uso sustentável, nas quais o desmatamento é proibido, dos atuais 7,5% para 10% do bioma.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Biodiversidade e Potencial Econômico

A maior Biodiversidade do Planeta
O Brasil se orgulha de ter a maior biodiversidade do planeta. Somadas as riquezas biológicas da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Caatinga, o país abriga mais espécies de plantas e animais, fungos e bactérias do que qualquer outro.

Biodiversidade e Potencial Econômico
Muito pouco ou quase nada dessa riqueza biológica está sendo convertida em riqueza econômica e desenvolvimento para o país. Esta é a conclusão de especialistas consultados pelo jornal o Estado de São Paulo às vésperas da 61ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). As estatísticas mostram que todo esse potencial econômico da biodiversidade brasileira esta longe de ser capitalizado.

A Maior Floresta Tropical do Mundo num Estado que Produz Motocicletas
O Estado do Amazonas, com um território gigantesco e 98% de sua cobertura vegetal original preservada, são mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados de floresta tropical intacta, habitada por uma riqueza incalculável de espécies. Porém toda essa riqueza, tem valor próximo de zero em participação na economia do Estado. O Estado com a maior floresta tropical do mundo sobrevive da produção de motocicletas e aparelhos eletrônicos na Zona Franca de Manaus.

A Biodiversidade Ausente nas Exportações
Os principais produtos do agronegócio brasileiro não tem origem na biodiversidade nacional, produtos como, soja, café, cana-de-açúcar, laranja, gado zebuíno - consistem em espécies exóticas, trazidas de outros continentes e adaptadas em função de resultados de pesquisas científicas e empenho de produtores rurais.

Madeira Nativa - uma exceção com efeitos colaterais
Entre os produtos nativos do Brasil, o que mais pesa na balança comercial é a madeira, porém com efeito colateral gravíssimo, que é a destruição da floresta.

Os Desafios da Ciência
É encontrar maneiras de transformar riqueza biológica em riqueza econômica, sem destruir a biodiversidade. O primeiro passo é conhecer o que existe na floresta.

Novos Produtos
Com investimentos, novos produtos podem ser descobertos, que podem ser desde uma molécula até uma fibra, uma essência, uma bactéria, um peixe ou uma árvore inteira. A ciência já catalogou mais de 50 mil espécies na Amazônia Brasileira, mas os cientistas estimam que isso representa, no máximo, 10% da biodiversidade real deste bioma.

Ausência de Valor Agregado
Os mercados da Amazônia estão abarrotados de produtos oriundos da floresta - frutas, fibras, óleos, ervas, peixes, e uma infinidades de sabores e odores, mas são poucos os que atingem uma escala industrial. Na falta de tecnologia e de cadeias produtivas bem estruturadas, a região tem dificuldade para ir além do fornecimento de matéria prima. Mesmo nos casos de sucesso como o Açaí e a Castanha-do-pará , permanecem associados a sistemas extrativistas de baixo rendimento e pouco valor agregado.

Natureza - Fonte de Drogas e Cosméticos
Apesar de ser possuidor da maior biodiversidade do planeta e da existência de uma vasto conhecimento tradicional disponível sobre o uso de ervas e outras substâncias medicinais da floresta, o Brasil nunca desenvolveu um medicamento com base na fauna e na flora local. Cerca de metade das drogas desenvolvidas até hoje no mundo ou utilizam ou são derivadas de produtos naturais. Entre elas estão, a morfina, a aspirina, a penicilina e outros vários antibióticos e medicamentos antitumorais. Podemos citar o caso da droga rapamicina, usada como agente imunossupressor (para evitar a rejeição de órgãos). A rapamicina foi descoberta em uma bactéria do solo, na ilha de Páscoa, nos anos 70. Entre os anos de 2007 e 2007, o governo americano aprovou treze drogas derivadas de produtos naturais.

Cosméticos Derivados da Biodiversidade
Uma parceria lançada em maio de 2009 pelas instituições de fomento à ciência do , Pará, Maranhão, Acre e Tocantins vai financiar projetos de pesquisas aplicada ao desenvolvimento de cosméticos derivados da biodiversidade, com foco em produtos como a copaíba, andiroba, castanha e babaçu, são produtos que já estão no mercado, mas não tem certificação, logo não tem competitividade. O objetivo da pesquisa e transferir tecnologia para as empresas, e dessa forma gerar riqueza.

Riqueza Biológica não é Convertida em Tecnologia e Desenvolvimento
Este é o tema a ser debatido na 61ª Reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, realizada em julho de 2009 em Manaus, com a presença de 15 mil pessoas e 2.290 trabalhos científicos inscritos.

Texto adaptado com finalidades pedagógicas para aplicação em minhas aulas de Geografia - Escola Estadual Prof. Renê Rodrigues de Moraes - Guarujá - SP.— Texto original de Herton Escobar - Publicado no Jornal O Estado de São Paulo em 12 julho de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Amazônia - Desmatamento e as Emissões Globais de Carbono

A Contribuição da Amazônia
O desmatamento da Amazônia brasileira contribuiu com aproximadamente 2,5% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEEs), principalmente dióxido de carbono, ou CO2, gases esses responsáveis pelo aquecimento global, é o que afirmam os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O Cálculo
A conta foi feita com base na taxa de desmatamento de 2008, que foi de aproximadamente 13 mil Km2.
Reavaliando Dados Anteriores
Existe uma estimativa citada amplamente no contexto internacional, inclusive nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças climáticas , de que o desmatamento acumulado no mundo produz 20% das emissões globais de GEEs. Um número que de acordo com o Diretor do , Gilberto Câmara, esta baseado em dados superestimados da Fundação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que adota como média de desmatamento para o Brasil, uma taxa anual de 30 mil Km2.
As Implicações
As implicações tem seus efeitos nas negociações do novo acordo climático que deverá ser fechado em dezembro, em Copenhague—Dinamarca, na próxima Conferência das Partes (COP) da Convenção do Clima das Nações Unidas. Os novos cálculos tem implicações nas discussões sobre a proposta sobre Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REED), que é um dos temas da agenda do Brasil em Copenhague.
REED—Reducing Emissions from Deforestation and Degradation
REED— Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, é um mecanismo proposto que permitirá aos países desenvolvidos receber créditos de carbono pelo financiamento de projetos de conservação que reduzam o desmatamento nos países em desenvolvimento. Países desenvolvidos que financiassem projetos de proteção florestal no Brasil poderiam obter créditos pelo carbono que deixou de ser emitido para a atmosfera.
REED— e o Governo Brasileiro
O governo brasileiro aceita negociar o REED como mecanismo auxiliar de financiamento, mas não como mecanismo compensatório. Ou seja: os países desenvolvidos poderiam financiar projetos de conservação e até obter créditos de carbono, mas não usar esses créditos para compensar suas próprias emissões.
Desmatamento e as Emissões de Gás Carbônico para a Atmosfera— Floresta Intacta
As florestas guardam enormes quantidades de carbono, que é um componente básico da matéria orgânica (biomassa). O carbono esta retido na vegetação.

Floresta Desmatada
Quando ocorre o desmatamento e a floresta é queimada, o carbono da biomassa é liberado para a atmosfera na forma de gás.
A Agropecuária
Se a área é convertida em pastos ou plantações, a vegetação não rebrota e não ocorre a reabsorção do carbono.
O Reflorestamento
No caso em que a floresta é replantada ou rebrota, o carbono é reabsorvido pela vegetação e transformado novamente em biomassa.

Texto adaptado com finalidades pedagógicas para aplicação em minhas aulas de Geografia - Escola Estadual Prof. Renê Rodrigues de Moraes - Guarujá - SP.— Texto original de Herton Escobar publicado em O Estado de São Paulo dia 10 de agosto de 2009—pág. A14

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mortalidade Infantil - 2007

Definição
Mortalidade infantil é definida como o número de crianças que morrem antes de completar um ano de vida.

Indicador
Este índice é um indicador, isto é, revela uma série de características econômicas, sociais e sanitárias de uma região, Estado ou país.

Os Piores
Exemplos de Estados cujas estruturas apresentam graves deficiências, em consequências de guerras, gerenciamento político ineficiente ou catastrófes naturais, que os levam a apresentar taxas superiores a cem mortes por mil nascidos com vida. É o caso do Afeganistão com um índice de 165, Serra Leoa - 155, Angola - 116.

Idade Média
A mortalidade infantil desses países quase aproxima-se dos números estimados para a Idade Média, um período da humanidade em que vacinas e antibióticos não existiam.

Medidas Simples
Países que apresentam altos índices de mortalidade infantil, podem com medidas simples reverter esses números, como por exemplo oferecer água tratada e esgoto, campanhas de vacinação e incentivo ao aleitamento materno, de modo que atinjam grande parte da população.

Mortalidade Infantil – Brasil eo Mundo

Brasil
O Brasil reduziu drasticamente o índice de Mortalidade Infantil. De uma taxa de 46,9 mortes por cada mil nascidos, em 1996, chegou em 2007 com uma taxa de 19,33.

Mundo
A Islândia é o país que apresenta a melhores condições com uma taxa de 2 mortes
para cada mil nascidos. Japão ( 3 ), Itália ( 3 ), França ( 4 ), Canadá ( 5 ), cuba (5 ), Estados Unidos ( 7 ), Chile ( 8 ), Costa Rica ( 10 ), Rússia ( 13 ), Argentina( 15 ), China ( 19 ), Brasil (19 ), África do Sul ( 46 ), Índia ( 54 ). O Afeganistão (165 ), é o país em pior situação.

Texto Adaptado com finalidades pedagógicas

Fontes: Folha de São Paulo 16 de julho de 2009 - Hélio Schwartsman e articulistas



sexta-feira, 3 de julho de 2009

PIB - Produto Interno Bruto - 2008 - Brasil

Professor Silvio Araujo de Sousa - Adequação para minhas aulas de geografia do ensino médio
Escola Renê Rodrigues de Moraes - Guarujá/SP


Definição – PIB – Produto Interno Bruto

È definido como a somatória de toda a riqueza (bens, produtos e serviços ) que o país produz durante um determinado período, geralmente um ano. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo. Ou seja, é um dos principais indicadores utilizados para avaliar a evolução da atividade econômica de uma região (país, estado, cidade) durante um determinado período de tempo (mês, trimestre, ano). O PIB revela a riqueza da região em avaliação.

Aplicação - exemplo
É uma ferramenta que permite de forma prática medir a evolução da economia, quando se compara a variação anual do PIB em cada trimestre , comparando com o mesmo trimestre correspondente do ano anterior. A comparação do PIB do 1º trimestre de 2009 com o 1º trimestre de 2008, dará uma estimativa do crescimento anual do PIB no período.

  • Cálculo do PIB – Produto Interno Bruto é levado em conta três grupos principais:
    Agropecuária, formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária;
  • Indústria, que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil; e
  • Serviços, que incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços.


Fatores que influenciam o PIB

O primeiro fator que influencia diretamente a variação do PIB é o consumo da população. Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai. O consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam menos juros nas prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro alto, o gasto pessoal cai e o PIB também. Por isso os juros atrapalham o crescimento do país. Os investimentos das empresas também influenciam no PIB. Se as empresas crescem, compram máquinas, expandem atividades, contratam trabalhadores, elas movimentam a economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não gastam tanto se tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir. Os gastos do governo são outro fator que impulsiona o PIB. Quando faz obras, como a construção de uma estrada, são contratados operários e é gasto material de construção, o que ele eleva a produção geral da economia. As exportações também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto em investimentos e consumo.

Quem calcula ?

Os cálculos do PIB são feitos e divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), um orgão do governo que tem a missão institucional de retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania.

A fórmula mais utilizada para calcular o PIB é:
PIB = C+I+G+X-M
C representa o consumo privado

I é a totalidade dos investimentos realizados

G equivale aos gastos do governo

X é o volume de exportações

M é o volume de importações


Nova Metodologia de Cálculo

A nova metodologia implantada incluiu novos critérios propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em sintonia com o crescimento de serviços como telefonia celular e levando em conta a economia informal. O novo método trabalha com mais fontes de informação e leva em consideração 110 produtos (antes eram 80) e 56 atividades econômicas (contra 43 da metodologia passada). Segundo o IBGE, isso permite fazer um cálculo mais preciso. O novo método para contabilizar o desempenho da economia brasileira passou ainda a utilizar como fontes de dados as pesquisas anuais setoriais da Indústria, Comércio e Construção Civil do IBGE e as receitas declaradas das empresas à Receita Federal. A melhora metodológica significa um cálculo mais preciso das riquezas geradas no país.

Padronização Internacional

Cada país tem o seu próprio órgão ou instituto e sua própria metodologia para o cáculo do PIB, mas a medida que a economia do país demonstra sinais de estabilidade, e ganha confiança do investidor estrangeiro, como é o caso do Brasil, que atingiu um nível de reservas internacionais acima de US$ 100 bilhões, risco país abaixo de 165, aproximando-se da taxa média dos países emergentes, quitou sua dívida junto ao FMI, configurando uma situação em que os técnicos do país vêem necessário adequar os cálculos para obtenção do PIB aos padrões internacionais, países que seguem as orientações propostas pela ONU, obtem dados mais próximos da realidade e com muito mais credibilidade.

Padrões Internacionais

Estes padrões internacionais encontram-se no Manual de Contas Nacionais de 1993 (System of National Accounts) da ONU (Organização das Nações Unidas), realizado sob a responsabilidade conjunta de entidades com o Banco Mundial, a Comissão das Comunidades Européias (Eurosat), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Cálculo do PIB

O cálculo do PIB, no entanto, não é tão simples. Do preço final de cada produto, é preciso saber a contribuição de cada setor para a produção e composição do preço final do produto. Por exemplo se você produziu uma obra de arte e vendeu por R$ 50,00 , sabendo que precisou comprar madeira a R$ 10,00 mais as tintas R$ 20,00 , neste caso a participação da indústria foi de R$ 30,00 e você que transformou a madeira em arte contribuiu com mais R$ 20,00 para o PIB nacional. O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é considerada. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na conta. Um carro de 2002 não é computado no PIB de 2006, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo daquele outro ano. O IBGE precisa fazer cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores. Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.

O PIB em 2008

O valor do Produto Interno Bruto - PIB (a soma das riquezas produzidas pelo país) cresce 5,1% e chega a R$ 2,9 trilhões em 2008.
O Brasil na economia mundial Com esse crescimento do PIB em 5,1% e mesmo sendo um dos mais baixo dos países emergentes, o Brasil melhorou sua posição no ranking mundial das maiores economias do mundo, ocupando a oitava posição, e se aproximando do sétimo lugar que é a França.

PIB per capita ou renda per capita - (a soma das riquezas divida pelo número de habitantes)

Em 2008, O PIB per capita atingiu R$ 15.240,00, um crescimento de 4,0% em relação ao ano de 2007.


Obs. Texto adaptado para aplicação em minhas aulas de Geografia no ensino médio.

Fontes: Sites acessados em 30/06/2009
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/duvidas/pib.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u108161.shtml
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1330&id_pagina=1
http://www.comoinvestir.com.br/anbid/CalandraRedirect/?temp=5&proj=anbid&pub=T&comp=Mercado%20em%20Movimento&docid=96C48CEB87E5AEE3832575AD0063CBC2
http://www.ipib.com.br/home.asp


domingo, 26 de abril de 2009

Baixada Santista - 5.000 anos antes do tempo presente

  1. A ocupação da Baixada Santista começou por Cubatão há aproximadamente cinco mil anos. Logo após o período de degelo terrestre.
  2. Sambaquieiros: índios pré-históricos que viveram na Mata Atlântica entre 6 mil e 3 mil anos abtes de Cristo, e vinham para o litoral no verão, a partir do recuo e, depois, do avanço do mar, de onde tiravam seu alimento.
  3. Os sambaquis, que em língua tupi, quer dizer, monte de conchas, são testemunhos dessa presença humana. Sob esse monte de conchas ou casqueiros foram sepultados vários corpos desses habitantes , em meio a materiais orgânicos e calcáreos que, empilhados ao longo do tempo e sofrendo a ação das imtempéries, acabaram por passar por um processo de fossilização química, petrificando detritos e ossadas.
  4. A presença de sambaquis - monte de conchas ou casqueiro, também deu origem ao nome do rio Casqueiro e o bairro do mesmo nome, em Cubatão - SP.

Uma outra versão

A tese do arqueólogo Manoel Gonzalez, propõe que os primeiros habitantes viviam na região só na primavera e no outono, e não no verão. Aproveitando a abundância de alimentos ( caranguejos, mariscos, raias e tubarões, raízes e frutas).

Sua tese se baseia em daddos obtidos a partir da análise de otólitos, ossos petrificados de peixes que serviam de alimentos para esses homens pré-históricos. A tese se baseou em material arqueológico encontrado em Cubatão, no Sambaqui Piaçaguera, próximo a antiga usina da Cosipa, hoje Usiminas. A análise foi dos anéis de crescimento dos otólitos ( ossos fossilizados) de peixes, a maioria corvina, datados de 5.000 anos antes do presente.

Nível do mar há aproximadamente 10.000 anos - recuo de 30 quilômetros

Já nesse período geológico, aproximadamente 10.000 anos antes da data atual, a região era mais ampla. A praia estava 30 quilômetros além do que esta hoje. Devido ao congelamento de grande parte do planeta.

Nível do mar há 5.000 anos - 5 metros acima do atual

Nesse período geológico, o nível do mar na região estava cinco metros acima do atual, devido ao derretimento das calotas polares. Isto significa que, Santos, São Vicente, parte da Praia Grande, Guarujá e Cubatão, não existiam, estavam submersas. Foi o chamado ótimo glacial. Segundo o arqueólogo, a água do mar na região estava com sua temperatura máxima em 32 graus e a mínima em 24 graus.

Foram essas águas quentes produzidas por influência climática na região central do globo que contribuiram para o descongelamento. A corrente marítima que vem da África, ao chegar as costas do Brasil divide-se em duas, levando água aquecida para os polos causando o degelo.

Fonte: A Tribuna - Santos - 26 de abril 2009 - Manoel Alves Fernandes

Tese de pós-doutorado em Arqueologia, defendida no Museu Nacional de História Natural de Paris - pelo Arqueólogo Manoel Mateus Bueno Gonzalez.

sábado, 11 de abril de 2009

Nova Teoria Sobre a Chuva

Folha de São Paulo - caderno de ciências - 10 de abril de 2009.

1 - Pesquisadores russos, dizem que a mata leva chuva do litoral ao interior - porque a transpiração das plantas reduz a pressão e move o ar úmido.
2 - Essa hipótese explica chuva farta no interior da Amazônia; a força da evaporação das árvores bombeia a umidade do mar para a floresta.
3 - Para os físicos russos, Anastassia Makarieva e Victor Gorshkov, do Instituto de Física de São Petersburgo, a força da evaporação é um dos principais motores da circulação atmosférica, vale dizer, que os ventos movem as chuvas - mecansimo apelidado de "bomba biótica".
4 - Há cientistas que discordam dessa teoria, e ficam com a teoria padrão, em que a força da bomba esta na diferença de temperatura provocados por diferenças na incidência e absorção de radiação solar, entre regiões.
5 - No esquema tradicional, ventos transportam massas de ar acima do oceano - onde são carregadas de umidade por evaporação, sob efeito do sol.
6 - De acordo com esse mecanismo tradicional, a quantidade de chuva deveria diminuir no interior do continente, à medida que a costa vai ficando mais longe.
7 - Porém, não é o que ocorre em muitas partes do mundo. Na Amazônia, por exemplo, em sua porção ocidental, chove tanto ou mais que no litoral.
8 - A teoria proposta por Anastassia e Victor, explica que a chuva vem da própria floresta. (por isso a expressão "bomba biótica", isto é, viva).
9 - Por meio da transpiração, as plantas liberam vapor de água na atmosfera. Conforme esse vapor sobe, encontra camadas de ar frio e se condensa em gotículas, formando nuvens.
10 - Na transição da forma gasosa para líquida, a água diminui de volume, deixando um vazio no ar, diminuindi sua pressão.
11 - Isso faz com que o ar mais abaixo, onde a pressão é relativamente mais alta, seja sugado para cima, arrastando com ele o ar mais úmido do oceano ou da própria floresta adjacente. É uma bomba de elevar vapor que produz chuva.
12 - Graças a vegetação, os 8 milhões de Km2 de floresta amazônica bombeiam a cada dia 20 trilhões de litros de água para a atmsofera.
(final das anotações)

Irã inaugura usina de combustível nuclear - Folha de Sâo Paulo - 10 de abril de 2009



Notas
1 - o Irã inaugurou ontem (9 de abril de 2009) sua primeira usina de combustível nuclear.
2 - O presidente da Organização Iraniana de Energia Atômica, Gholam - Reza Aghazadeh, anunciou que o Irã possui hoje 7.000 centrífugas de enriquecimento de urânio.
3 - O urânio enriquecido alimenta reatores - que conforme o grau de enriquecimento, podem produzir energia, isótopos para a indústria médica ou armas nucleares.
4 - A nova planta, abastecerá o reator do complexo nuclear de Arak.


O Ciclo de Enriquecimento Nuclear

1 - Concentração: O urânio é armazenado na forma de óxido de urânio, conhecido como "yellowcake". Naturalmente, uma amostra de urânio tem 99,3% de U-238 e 0,7% de urânio U-235.

2 - Conversão: É o preparo do urânio para o enriquecimento. O "yellowcake" é transformado em gás e condensado na forma de pó.

3 - Enriquecimento: Nome dado ao processo que aumenta a proporção de U-235, apropriado para a geração de energia nuclear.


4 - Métodos: Há dois métodos usados para o enriquecimento do urãnio.

  • Difusão Gasosa: O urânio em estado gasoso é filtrado.
  • Centrifugação: (método usado pelo Irã)- A alta rotação das centrífugas separa os tipos de urânio.

5 - Combustível: O urânio enriquecido é condensado em blocos, na forma de dióxido de urânio.
6 - Possíveis usos: O grau de enriquecimento determina a utilização possível para o urânio.

  • Nível de enriquecimento de 3% a 5% - gera energia elétrica, é o atual nível de enriquecimento do programa iraniano.

  • Nível de enriquecimento de 20% - é o suficiente para mover um submarino nuclear.

  • Nível de enriquecimento maior que 90% - suficiente para criar uma bomba atômica.

(final das anotações)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

No Coração da Antártida - anotações de leituras


"Ne plus ultra" - Não mais além - frase em Latim usada pelos desbravadores da Antártida, sempre que avançavam o máximo.

Essas anotações tem como doucmento base o material publicado na revista encartada junto com a edição da Folha de São Paulo do dia 22 de março de 2009. Um relato da aventura vivida pelo colunista da Folha Marcelo Leite (51) e o repórter fotgráfico Toni Pires (43), que passaram 14 dias próximo ao montes Patriot, localizado a uma Latitude de 80º18'S.
A Chegada: aconteceu em pleno sol de verão, e atenção para o horário, eram 22 horas e 52 minutos do dia 26 de dezembro de 2008, pouco mais de quatro horas de viagem, após sair de Punta Arenas, no Chile. O Sol brilha a meia noite, dois dedos acima da linha do horizonte.

Onde: Base da Expedição Deserto de Cristal , um projeto da UFRGS. 2.000 Km mais perto do Polo Sul, do que a estação Comandante Ferraz.
Idade do manto: o manto de gelo que recobre a Antártida há 33 milhões de anos.
Sensação Térmica (wind chill): o corpo não sente a temperatura do ar, mas a temperatura da pele, protegida por uma camada de ar aquecida pelo corpo. O vento diminui esse colchão de ar, criando risco de congelamento. A -10ºC e com um vento de 56 Km/h a sensação térmica é de -32,5ºC, partes expostas do corpo congelam em menos de um minuto.
Altas Latitudes: como o eixo de rotação da Terra é inclinado 23º em relação ao plano de órbita do Sol, durante boa parte do ano, no período em que é verão no hemisfério sul, o Polo Sul fica exposto ao sol. Durante o inverno acontece o contrário.
O maior deserto do mundo: localiza-se na Antártida, visto que a principal característica de um deserto é a ausência, ou pouca chuva, condições encontradas em grande parte do território Antático.
O 6º Continente: no Polo Sul existe um continente abaixo da camada de gelo, é o continente Antártico, ou Antártida. Diferente do outro polo, o Ártico, em que a camada congelada é muito menos espessa e repousa sobre o oceano.
a Antártida e o clima brasileiro: Uma anomalia do vetor de vento a 925 hPa, que provavelmente tem origem no mar de Wedell, em plena Antártida. Essa anomalia as vezes despacha um vendaval gelado que viaja 7.000 Km pelo oceano e 50 horas mais tarde invade os estados do Sul do Brasil, provocando uma desorganização das temperaturas.
Por que surgem as frentes frias ?
* O gelo esfria a atmosfera vizinha * o ar fica mais denso (mais pesado) * logo o ar despenca para a superfície e se acumula formando uma bolha de ar frio.
* A medida que a bolha cresce, ela se espalha na direção dos oceanos e continentes. O que se chama de frente fria é simplesmente a fronteira da bolha em expansão e o ar quente sendo empurrado por ela.
*O encontro dessa frente fria com uma massa de ar (+quente) carregada de umidade, tem como resultado, muita chuva.
Gerador de Ciclones
* Os oceanógrafos fazem referência a um volume gigantesco de água que desaba direto das superfícies geladas para o fundo dos oceanos, isso ocorre pelo fato de o frio aumenta a salinidade e a densidade da massa aquática, conhecida como "água antártica de fundo". O volume desse incrível esguicho subaquático é tão grande que esvaziaria a baía da Guanabara em apenas 20 segundos.
* Esse volume, enquanto escorre pelo fundo dos oceanos, interage com correntes marinhas mais quentes, como a chamada corrente brasileira, produzindo efeitos climáticos.
* No Atlântico, a água do fundo percorre toda a costa brasileira até o equador, onde, já aquecida, retorna a superfície. Quanto mais água afunda na Antártida, masi longe ela volta a subir e dependendo de onde ela sobe, acaba provocando alterações climáticas.
* Se a água do fundo não fica fria o suficiente, ela vem a tona bem antes da região do equador e interage com a corrente do Brasil, mais quente. Aí, pertuba a atmosfera, podendo gerar ciclones como o catarina.
Antártida e o Aquecimento Global
1 - Todos os anos, a capaglacial que cobre o continente "engorda" 1,5 quatrilhão de toneladas na forma de neve e, ao mesmo tempo, "emagrece" outro tanto, fato explicado pelo acúmulo de gelo, que em consequência do seu próprio peso desliza para o mar.
2 - Esse processo mantém a Antártida viva a 33 milhões de anos.
3 - Aquecimento Global: Vastas massas estão se desprendendo do manto de gelo e despencando no oceano - um espetáculo tão grandioso quanto assustador.
4 - Uma porção da Antártida - a ocidental - tem concentrada perda de gelo, é também a região que mais esquentou. Apesar de conter a menor parte do gelo do continente, seu derretimento tem potencial de elevar o nível global do oceano em cinco metros, uma cifra muito maior do que os 59 cm previsto pelo IPCC (painel do clima das nações unidas ), até o fim desse século.
5 - A maior parte das perdas ocorre na superfície, na forma de enormes rios congelados que deslizam dos pontos mais altos para os mais baixos do continente.
6 - Chamadas de geleiras e correntes de gelo, essas torrentes galciais aos poucos escoam até o mar e algumas transformam-se em grandes plataformas flutuantes.
7 - Em 2002, uma dessas plataformas, a Larsen B, na península Antártica, desintegrou-se diante dos olhos dos cientistas no intervalo de um mês, criando icebergs duas vezes maiores que o município de São Paulo. Várias outras, na mesma região, estão diminuindo de tamanho, ou estão rachadas de maneira comprometedora.
8 - De baixo para cima: O colapso da Antártida Ocidental pode também ocorrer de baixo para cima. Como grande parte do manto de gelo nessa região repousa abaixo do nível do mar, o aquecimento do oceano austral pode acelerar o esfacelamento do manto, da mesma forma que esta induzindo a quebra das plataformas flutuantes.
9 - De acordo com a geofísica americana Robin Bell, da Universidade de Columbia, o gelo não precisa nem derreter para inundar o mundo. Pois existe a possibilidade de o manto se deslocar das rochas que o sustentam e cair no mar. Esse tombo faria o nível dos oceanos subir, assim como a água de um copo sobe quando se joga um cubo de gelo nela.
10 - Na Antártida Oriental, a crosta de gelo ergue-se sobre a rocha, e esse alicerce tem um relevo, com um intricado e recem descoberto sistema de rios e lagos de água líquida, que podem servir como "lubrificante" e facilitar o escorregão do manto.
11 - Como essa água líquida foi parar lá embaixo ? Não há uma resposta definitiva para isso, a Antártida vem sendo estudada a pouco tempo.
12 - Só no ano passado ficou pronto o levantamento de todas suas geleiras cujo trabalho também calculou com mais precisão a taxa de perda de gelo do continente.
13 - A massa de gelo do continente tem uma espessura média de 1,8 Km, sendo que a perda de gelo na Antártida Oriental é quase zero, pelo fato de a massa de gelo ser muito profunda, superior a média, e ter uma temperatura infernalmente baixa, da ordem de -60ºC.
14 - Ainda sobre o intricado sistema de rios e lagos de água líquida no subsolo Antártico a pesquisadora americana Robin Bell, da Universidade de Colúmbia, diz que já se conhecem mais de 160 lagos, e que seu volume de água, somado, equivale a 30% do volume de todos os lagos superficiais do planeta. Não se sabe como essa água se liquefaz. A primeira sugestão, que ainda esta sendo investigada, seria o calor do interior da Terra, que escapa por toda a superfície do planeta. No Polo Sul, esse fluxo pode ficar preso pelo gelo, que é um bom isolante térmico, causando o derretimento da água. Outra hipótese é que o peso da calota faria enorme pressão sob sua base , e isso também pode provocar derretimento.
15 - Segundo Bell, por um tempo pensou-se que os lagos fossem inertes, sem nenhuma dinâmica, lacrados sob quilômetros de gelo, porém as pesquisas iniciais mostraram um processo bem diferente, apresentando uma dinâmica que requer atenção especial. Volta e meia, por algum motivo, um deles libera uma torrente de água subglacial, que despenca pelos vales e montanhas soterradas. Podem encher um ou outro lago que esteja no caminho ou desembocar no mar. É certo que esses vazamentos provocam erosões profundas nas rochas, já que, por toda a costa se veem voçorocas abertas pelas enxurradas súbitas e violentas.
16 - A presença desse l´quido em sua base é suficiente para provocar escorregões da massa de gelo. Quantificar o efeito desses lagos sobre o movimento das massas polares, para a pesquisadora, é uma tarefa urgente.
17 - O interior da Antártida abriga o maior deserto do planeta, o seu mar pode ser uma das regiões mais ricas em vida do planeta - uma riqueza que só agora começa a ser avaliada pelos cientistas. Em http://www.scarmarbin.be/ , encontra-se uma base de dados on-line que reúne todas as espécies descritas até hoje no oceano Austral. Já havia o registro de 7.353 espécies no site, e o número continua crescendo a medida que as análises são concluídas.
18 - A Antártida tornou-se um ecossistema à parte há 33 milhões de anos. Até 50 milhões de anos atrás, a Antártida ainda estava ligada à América do Sul, o que bloqueava as correntes oceânicas frias e ajudava a manter amenas as temperaturas.
19 - Deriva continental: À medida que a Antártida se afastava devido à deriva continental, essas correntes passaram a fluir entre os dois continentes, isolando as terras austrais. Há 33 milhões de anos, esses processos levaram ao estabelecimento de um extenso manto de gelo sob o continente e da Corrente Circumpolar Antártica.
20 - Corrente Circumpolar Antártica: Essa corrente, alimentada por águas dos três oceanos (Atlântico, Pacífico e Índico), marca a transição entre a Antàrtida e o resto do mundo, ela forma uma fronteira física, é a Convergência Antártica, ao sul da qual a temperatura cai bruscamente e o mar é permanentemente tempestuoso.
(final das anotações)