domingo, 26 de abril de 2009

Baixada Santista - 5.000 anos antes do tempo presente

  1. A ocupação da Baixada Santista começou por Cubatão há aproximadamente cinco mil anos. Logo após o período de degelo terrestre.
  2. Sambaquieiros: índios pré-históricos que viveram na Mata Atlântica entre 6 mil e 3 mil anos abtes de Cristo, e vinham para o litoral no verão, a partir do recuo e, depois, do avanço do mar, de onde tiravam seu alimento.
  3. Os sambaquis, que em língua tupi, quer dizer, monte de conchas, são testemunhos dessa presença humana. Sob esse monte de conchas ou casqueiros foram sepultados vários corpos desses habitantes , em meio a materiais orgânicos e calcáreos que, empilhados ao longo do tempo e sofrendo a ação das imtempéries, acabaram por passar por um processo de fossilização química, petrificando detritos e ossadas.
  4. A presença de sambaquis - monte de conchas ou casqueiro, também deu origem ao nome do rio Casqueiro e o bairro do mesmo nome, em Cubatão - SP.

Uma outra versão

A tese do arqueólogo Manoel Gonzalez, propõe que os primeiros habitantes viviam na região só na primavera e no outono, e não no verão. Aproveitando a abundância de alimentos ( caranguejos, mariscos, raias e tubarões, raízes e frutas).

Sua tese se baseia em daddos obtidos a partir da análise de otólitos, ossos petrificados de peixes que serviam de alimentos para esses homens pré-históricos. A tese se baseou em material arqueológico encontrado em Cubatão, no Sambaqui Piaçaguera, próximo a antiga usina da Cosipa, hoje Usiminas. A análise foi dos anéis de crescimento dos otólitos ( ossos fossilizados) de peixes, a maioria corvina, datados de 5.000 anos antes do presente.

Nível do mar há aproximadamente 10.000 anos - recuo de 30 quilômetros

Já nesse período geológico, aproximadamente 10.000 anos antes da data atual, a região era mais ampla. A praia estava 30 quilômetros além do que esta hoje. Devido ao congelamento de grande parte do planeta.

Nível do mar há 5.000 anos - 5 metros acima do atual

Nesse período geológico, o nível do mar na região estava cinco metros acima do atual, devido ao derretimento das calotas polares. Isto significa que, Santos, São Vicente, parte da Praia Grande, Guarujá e Cubatão, não existiam, estavam submersas. Foi o chamado ótimo glacial. Segundo o arqueólogo, a água do mar na região estava com sua temperatura máxima em 32 graus e a mínima em 24 graus.

Foram essas águas quentes produzidas por influência climática na região central do globo que contribuiram para o descongelamento. A corrente marítima que vem da África, ao chegar as costas do Brasil divide-se em duas, levando água aquecida para os polos causando o degelo.

Fonte: A Tribuna - Santos - 26 de abril 2009 - Manoel Alves Fernandes

Tese de pós-doutorado em Arqueologia, defendida no Museu Nacional de História Natural de Paris - pelo Arqueólogo Manoel Mateus Bueno Gonzalez.