sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Biodiversidade e Potencial Econômico

A maior Biodiversidade do Planeta
O Brasil se orgulha de ter a maior biodiversidade do planeta. Somadas as riquezas biológicas da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Caatinga, o país abriga mais espécies de plantas e animais, fungos e bactérias do que qualquer outro.

Biodiversidade e Potencial Econômico
Muito pouco ou quase nada dessa riqueza biológica está sendo convertida em riqueza econômica e desenvolvimento para o país. Esta é a conclusão de especialistas consultados pelo jornal o Estado de São Paulo às vésperas da 61ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). As estatísticas mostram que todo esse potencial econômico da biodiversidade brasileira esta longe de ser capitalizado.

A Maior Floresta Tropical do Mundo num Estado que Produz Motocicletas
O Estado do Amazonas, com um território gigantesco e 98% de sua cobertura vegetal original preservada, são mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados de floresta tropical intacta, habitada por uma riqueza incalculável de espécies. Porém toda essa riqueza, tem valor próximo de zero em participação na economia do Estado. O Estado com a maior floresta tropical do mundo sobrevive da produção de motocicletas e aparelhos eletrônicos na Zona Franca de Manaus.

A Biodiversidade Ausente nas Exportações
Os principais produtos do agronegócio brasileiro não tem origem na biodiversidade nacional, produtos como, soja, café, cana-de-açúcar, laranja, gado zebuíno - consistem em espécies exóticas, trazidas de outros continentes e adaptadas em função de resultados de pesquisas científicas e empenho de produtores rurais.

Madeira Nativa - uma exceção com efeitos colaterais
Entre os produtos nativos do Brasil, o que mais pesa na balança comercial é a madeira, porém com efeito colateral gravíssimo, que é a destruição da floresta.

Os Desafios da Ciência
É encontrar maneiras de transformar riqueza biológica em riqueza econômica, sem destruir a biodiversidade. O primeiro passo é conhecer o que existe na floresta.

Novos Produtos
Com investimentos, novos produtos podem ser descobertos, que podem ser desde uma molécula até uma fibra, uma essência, uma bactéria, um peixe ou uma árvore inteira. A ciência já catalogou mais de 50 mil espécies na Amazônia Brasileira, mas os cientistas estimam que isso representa, no máximo, 10% da biodiversidade real deste bioma.

Ausência de Valor Agregado
Os mercados da Amazônia estão abarrotados de produtos oriundos da floresta - frutas, fibras, óleos, ervas, peixes, e uma infinidades de sabores e odores, mas são poucos os que atingem uma escala industrial. Na falta de tecnologia e de cadeias produtivas bem estruturadas, a região tem dificuldade para ir além do fornecimento de matéria prima. Mesmo nos casos de sucesso como o Açaí e a Castanha-do-pará , permanecem associados a sistemas extrativistas de baixo rendimento e pouco valor agregado.

Natureza - Fonte de Drogas e Cosméticos
Apesar de ser possuidor da maior biodiversidade do planeta e da existência de uma vasto conhecimento tradicional disponível sobre o uso de ervas e outras substâncias medicinais da floresta, o Brasil nunca desenvolveu um medicamento com base na fauna e na flora local. Cerca de metade das drogas desenvolvidas até hoje no mundo ou utilizam ou são derivadas de produtos naturais. Entre elas estão, a morfina, a aspirina, a penicilina e outros vários antibióticos e medicamentos antitumorais. Podemos citar o caso da droga rapamicina, usada como agente imunossupressor (para evitar a rejeição de órgãos). A rapamicina foi descoberta em uma bactéria do solo, na ilha de Páscoa, nos anos 70. Entre os anos de 2007 e 2007, o governo americano aprovou treze drogas derivadas de produtos naturais.

Cosméticos Derivados da Biodiversidade
Uma parceria lançada em maio de 2009 pelas instituições de fomento à ciência do , Pará, Maranhão, Acre e Tocantins vai financiar projetos de pesquisas aplicada ao desenvolvimento de cosméticos derivados da biodiversidade, com foco em produtos como a copaíba, andiroba, castanha e babaçu, são produtos que já estão no mercado, mas não tem certificação, logo não tem competitividade. O objetivo da pesquisa e transferir tecnologia para as empresas, e dessa forma gerar riqueza.

Riqueza Biológica não é Convertida em Tecnologia e Desenvolvimento
Este é o tema a ser debatido na 61ª Reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, realizada em julho de 2009 em Manaus, com a presença de 15 mil pessoas e 2.290 trabalhos científicos inscritos.

Texto adaptado com finalidades pedagógicas para aplicação em minhas aulas de Geografia - Escola Estadual Prof. Renê Rodrigues de Moraes - Guarujá - SP.— Texto original de Herton Escobar - Publicado no Jornal O Estado de São Paulo em 12 julho de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Amazônia - Desmatamento e as Emissões Globais de Carbono

A Contribuição da Amazônia
O desmatamento da Amazônia brasileira contribuiu com aproximadamente 2,5% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEEs), principalmente dióxido de carbono, ou CO2, gases esses responsáveis pelo aquecimento global, é o que afirmam os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O Cálculo
A conta foi feita com base na taxa de desmatamento de 2008, que foi de aproximadamente 13 mil Km2.
Reavaliando Dados Anteriores
Existe uma estimativa citada amplamente no contexto internacional, inclusive nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças climáticas , de que o desmatamento acumulado no mundo produz 20% das emissões globais de GEEs. Um número que de acordo com o Diretor do , Gilberto Câmara, esta baseado em dados superestimados da Fundação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que adota como média de desmatamento para o Brasil, uma taxa anual de 30 mil Km2.
As Implicações
As implicações tem seus efeitos nas negociações do novo acordo climático que deverá ser fechado em dezembro, em Copenhague—Dinamarca, na próxima Conferência das Partes (COP) da Convenção do Clima das Nações Unidas. Os novos cálculos tem implicações nas discussões sobre a proposta sobre Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REED), que é um dos temas da agenda do Brasil em Copenhague.
REED—Reducing Emissions from Deforestation and Degradation
REED— Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, é um mecanismo proposto que permitirá aos países desenvolvidos receber créditos de carbono pelo financiamento de projetos de conservação que reduzam o desmatamento nos países em desenvolvimento. Países desenvolvidos que financiassem projetos de proteção florestal no Brasil poderiam obter créditos pelo carbono que deixou de ser emitido para a atmosfera.
REED— e o Governo Brasileiro
O governo brasileiro aceita negociar o REED como mecanismo auxiliar de financiamento, mas não como mecanismo compensatório. Ou seja: os países desenvolvidos poderiam financiar projetos de conservação e até obter créditos de carbono, mas não usar esses créditos para compensar suas próprias emissões.
Desmatamento e as Emissões de Gás Carbônico para a Atmosfera— Floresta Intacta
As florestas guardam enormes quantidades de carbono, que é um componente básico da matéria orgânica (biomassa). O carbono esta retido na vegetação.

Floresta Desmatada
Quando ocorre o desmatamento e a floresta é queimada, o carbono da biomassa é liberado para a atmosfera na forma de gás.
A Agropecuária
Se a área é convertida em pastos ou plantações, a vegetação não rebrota e não ocorre a reabsorção do carbono.
O Reflorestamento
No caso em que a floresta é replantada ou rebrota, o carbono é reabsorvido pela vegetação e transformado novamente em biomassa.

Texto adaptado com finalidades pedagógicas para aplicação em minhas aulas de Geografia - Escola Estadual Prof. Renê Rodrigues de Moraes - Guarujá - SP.— Texto original de Herton Escobar publicado em O Estado de São Paulo dia 10 de agosto de 2009—pág. A14